sábado, 28 de maio de 2011

O e-mail que virou postagem

Ele me mandou esse texto. Não pedi autorização para publicá-lo. Mas como ele nem desconfia que tenho esse blog, acho que isso está a muitos quarteirões de ser um problema.



A INVENÇÃO DE UMA MENTIRA PRA MASCARAR UMA VERGONHA
Não é uma justificativa, tampouco uma remissão, mais provável, e como foi pedido, uma explicação. Porque agora emerge algo novo, uma sensação estranha, ainda não desbravada. Nem digo um sentimento novo, mas uma circunstância diferente, porque onde antes eu chafurdava, sem pudores, hoje me preocupa cada passo e eu tenho medo que meu impulso de autosatisfação possa causar um dano futuro a você. E é isso que me enrola os pensamentos, coisa que antes nem soprava em minha mente, hoje me tira o sono, porque longe de ter certeza plena, minha confusão não preocupa a mim, mas sim a todo o resto. Por isso desfaça, em primeiro lugar, a idéia de algo físico, porque o corpo é tolo e reage a qualquer mínimo estímulo, mas a aflição reside no duelo interminável do ser ou não ser.
Eu que nunca me preocupei em aprender a esgrima para me defender dos casos do peito, agora me vejo acuado contra a parede, indefeso com a espada no pescoço. E não há nada que eu me diga, nem nada que de ti escute que dilua esta dúvida infernal e descongestione esta mente.
É a briga entre saber que te adoro e não saber o que será, porque o que será é muito influente para constituir o agora. E entre a dúvida de manter este jogo louco ou às vezes declarar o que é preciso mixado com o saber que certas revelações hão de feri-la profundamente, não me permitem praticar atos que, logicamente, pensa ser culpa tua ou defeito meu.
Não entre, então, por este caminho, porque se me abstenho de certos movimentos, não é a desmotivação física, tampouco ausência de sentimento e nem de longe há sequer uma parcela de culpa tua. É este embate aqui dentro que me reprime, o que não consigo dizer e que se ocorresse poderia abrir uma fenda em teu tão novo e já castigado coração.
Sei que parece tolo, e porque não irreal, mas é justamente essa contradição e esta nova situação que pesa em minha consciência. É o que passa aqui dentro que não me deixa, em momentos decisivos, continuar os blefes do jogo.
Porque, apesar de tudo, de todas tuas experiências, ainda é só uma menina, e não quero ser mais um a cravar outra machadada em tão breve história de teu amor. E agora, e incansavelmente, repetindo que esta atitude é nova para mim, entenda que minha dúvida, meu embate é cruel, eu me perco sem saber o que fazer, sem saber por que caminho seguir, onde chegar. Eu que deixava a correnteza levar o barco, agora já dou as primeiras remadas e os calos, que nunca tive, me incomodam ferozmente.
Portanto, e enfim, saiba que não há culpa senão minha e não sabendo o que falar e como agir, simplesmente me abstenho de fazer o que acho que podia te fazer sofrer mais pra frente, destruindo assim, o que nem sequer comecei.

Acho que ele já notou que carrego algumas magoas nos bolsos. O que ele não sabe é que, nada me deslumbra, dinheiro, fama, poder. Mas inteligência... A inteligência é afrodisíaca.
Beijos nos amigos.

6 comentários:

  1. pelo que pude entender esse é o velho "o problema não é você sou eu"...

    ps: ow adorei te conhecer também,uma simpata só.. acho justo um digno encontro dos blogueiros!! Bjos, queridona!

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  2. CARAMBA! Cai o queixo com a qualidade das palavras!
    Gostei d+! Entrou pro meu grupo: "coisas que eu queria ter escrito"

    Assim como o texto de Caio F. Abreu que traduz meu momento agora: "Deixa eu te dizer antes que o ônibus parta que você cresceu em mim de um jeito completamente insuspeitado, assim como se você fosse apenas uma semente e eu plantasse você esperando ver nascer uma plantinha qualquer, pequena, rala, uma avenca, talvez samambaia, no máximo uma roseira, é, não estou sendo agressivo não, esperava de você apenas coisas assim, avenca, samambaia, roseira, mas nunca, em nenhum momento essa coisa enorme que me obrigou a abrir todas as janelas, e depois as portas, e pouco a pouco derrubar todas as paredes e arrancar o telhado para que você crescesse livremente." (Caio F. Abreu)

    TE LER SEMPRE BOM!

    Bjão!!!

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  3. (CYNTHIA) É... Acho que deve ser um pouco disso também. Sem falar do MEDO. O MEDO!!! BUUUUUU!!! O medo sempre atormentando os corações! rsrsrs

    ABRAÇÃO QUERIDONA! E quanto ao encontro dos blogueiros... Vamos trabalhar nisso!

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  4. (GEORGE) CARAMBA! Foi exatamente isso que pensei quando ele me mandou. Antes ele ainda escreveu um despretensioso: "Ve se tu gosta!" Acredita? Eu não gostei. AMEI. Achei lindo. Na verdade, retruquei. Disse que o texto era cheio de medos. E todos os bla bla blas ... de outrora. Mas, foi só "despeito" por ele ter escrevido isso antes de me conhecer. Enfim, UM DIA, QUEM SABE... QUANDO ELE DESCOBRIR QUE TENHO ESSE BLOG. Vai saber da verdade. Que eu achei o texto dele lindo.
    E Que bom que vc gostou. E lendo assim... Taí, é uma das coisas que vc poderia ter escrito.

    BJUS
    ADORO VC.

    PS. SEMPRE BOM TE LER, POETA.

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  5. disse que axava teu blog...rsrsr
    agradeço a quem gostou do texto, sinceramente nunca pensei que alguma coisa que eu escevesse fosse agradar alguém!
    E George, fico honrado com suas palavras, principalmente depois que Cibelly se derreteu em elogios a vc...

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  6. (WILSON) O que eu faço contigo???

    Taí meus queridos, o autor do texto: Wilson Neto.

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