sábado, 16 de julho de 2011

Tua Chuva Nos Meus Olhos.

-Que lindo o teu texto.
-Que bom que você gostou. Fiz para você.

Escreveu-me um texto, e mais uma vez, entrou com a chuva daquela tarde nos meus olhos. 

Uma Chuva a 5 Graus do Equador

Foi como um sonho. Daqueles que parecem um segundo, mas que durou a noite inteira. Porque, quase sempre, a intensidade é superior ao tempo. Foram tantas trocas: beijos, carícias, farpas. Os corpos unidos num último torpor ensandecido, como dizendo um adeus alegre, sorrindo com os olhos.
Foi incrível, quando no momento do “nos vemos por ai” descobrimos todos os prós, afinidades e interesses. Justamente na última tragada do cigarro que fumamos juntos sob o vento frio da chuva que caia à noite, demo-nos aos abraços, mesmo sem se tocar. Porque o que a alma almeja, o corpo só regozija.
Aquela eternidade numa tarde. Entre “Led” na caixa (All My Loving) e as cervejas, tragando textos e poema. Os corpos em brasa. Quem dera todo adeus fosse alegre. Quem dera todo sábado um adeus.
E ainda que tendo dito adeus, a alegria de breves momentos é mais eloqüente, a gente faz da vida um álbum de fotografias, ficam as boas, arquivam-se as más. Não, não se joga fora as más, elas servem pra lembrar o que passou e realça as preferidas.
Porque fomos como a chuva em Teresina. Forte, intensa, mas rápida. E tudo que nos resta é aproveitar o clima agradável que sobra no final. Um “Wind of Change”. Sorrindo, acendo um cigarro, tomo um gole de cerveja, dou um beijo em teu rosto.
E vamos embora, assoviando “Yesterday”.

WILSON NETO.

terça-feira, 12 de julho de 2011

SABOTAGEM

Aconteceram tantas coisas desde a última postagem. Estive entre códigos e cachoeiras. Volto para a danação do meu blog e continuo fazendo uma linha Zuenir Ventura: “Eu não sei fazer ficção, a realidade é inesgotável”. Hoje vou falar da minha crise existencial; Saboto os meus relacionamentos com medo de voltar a amar.  Simples assim. Já amei, e não foi igual aos contos de fadas que me faziam dormir na infância. Não foi como uma das musicas melosas que ouvia na adolescência. Foi intenso e trágico como um conto da Linspector. Foi ironicamente cômico como uma das histórias de Nelson Rodrigues. E desde então, criei anticorpos, e meio que inconscientemente, saboto os meus relacionamentos antes de se tornarem amor. –Sério! Louca? Sempre fui. Mas a dor da traição, perda e decepção... Não quero mais. Prefiro sentir só o prazer das pequenas coisas, momentos, instantes, a correr o risco de me diluir no outro novamente. –Covardia? Talvez. Mas até ontem para mim isso era o bastante. Digo; Até sábado passado! Aí vem ele, e com uma tarde, mistura tesão, violão, desenhos e poesias, e acaba derrubando o muro de dificuldades que construí em volta de mim. E o que eu fiz? Sabotei. Procurei uma maneira de fazer com que aquele dia não fosse perfeito. Dei fim ao que nós mau começamos. Procurei uma forma de desagradá-lo, tratei logo de inventar uma discussão sem lógica. Da mesma forma que fiz com todos os outros. Da mesma forma que fiz nos nossos encontros anteriores. Só que dessa vez alguma coisa saiu errada. Pela primeira vez, me arrependi.  Confesso que a massagem me fez tirar a roupa mais rápido, só que naquela tarde fizemos uma coisa, que tinha olho no olho demais pra ser sacanagem e reboladas demais pra ser uma coisa meiga. E agora estou aqui, lendo os textos dele e sentindo uma daquelas saudades que da vontade de correr riscos. Lembrando de como ele fica engraçado quando está estressado. Lembrando de como ele adora ser do contra, de como ele tem uma resposta para tudo só para me irritar. Cá estou, tentando descobrir como musicas que adoro casam perfeitamente com aquele violão. Ou seja, tentando fazer uma plástica no meu orgulho que disfarce o fato de que entrei no uni(verso) daquele quarto e não saí impune(mente).

E para os amigos... Já que a saudade é grande... Beijos urgentes!